A história das missões na Europa são as mais antigas do mundo. Desde os tempos apostólicos que a Europa tem sido alvo dos projetos missionários. O Apóstolo Paulo em sua carta aos romanos, já falava de sua grande aspiração missionária, que era ir ao coração do Continente Europeu, mas especificamente à Espanha (Rm 15:24, 28).
Quando Paulo escreveu a Epístola aos Romanos, ele se encontrava em Corinto, na Grécia. Antes de chegar a Grécia, Paulo esteve na Ásia Menor, que mesmo se tratando de uma região muito importante no contexto global, ainda não tinha satisfeito as suas ambições missionárias. Ele almejava chegar ao centro da civilização mundial, chegar aos rincões do mundo, cumprindo assim o mandamento do Senhor, onde os limites finais da missão eram os “…confins da terra” (At 1:8).
Nesta perspectiva de Atos 1:8, os “confins da terra” são aqueles limites no horizonte, quando olhamos e vemos até onde os olhos alcançam. É justamente nestes limites que Deus espera que a Igreja consiga chegar, e uma vez lá, o local de chegada deixa de ser os “confins da terra” e passa a ser a “Jerusalém”. Sendo assim, a Igreja deve levantar os olhos, ver os campos que estão brancos (Jo 4:35) no horizonte e reiniciar a caminhada na propagação do evangelho. Como disse Paulo “…anunci(ando)ais a morte do Senhor, até que venha” (1 Co 11:26). O fim da missão não está na chegada da Igreja em um canto qualquer do mundo, mas no retorno prometido de Jesus Cristo (Mt 24:14).
Os “confins da terra”, não estão necessariamente em um país específico no interior da África, Ásia ou Europa, mas sim no desafio que o próprio Deus coloca nos horizontes da Igreja a medida em que ela caminha na execução da missão. É ele quem diz: “…Levantai os vossos olhos, e vede as terras…” (Jo 4:35), a terra a ser vista é aquela que ele deseja nos mostrar. Ao Apóstolo Paulo o Senhor lhe mostrou a Europa quando estava na Ásia Menor, especificamente em Trôade, as margens do Mar Egeu. Segundo o registo lucano, “…Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos” (At 16:9).
A Macedônia era para Paulo o horizonte adiante de si, eram “os campos brancos”, era o clamor da Europa pelo evangelho de Jesus Cristo. Para o Apóstolo Paulo a obediência ao chamado divino estava em primeiro lugar. Como poderia ele resistir a tal chamado? Lucas relatou: “E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia…” (At 16:10). Eles não demoraram em responder ao Senhor, não deixaram para outra ocasião, eles foram. E assim, no ano 51 d.C. as Boas Novas chegaram ao Continente Europeu.
A história da evangelização da Europa segue seu curso após as primeiras sementes lançadas por Paulo:
Paulo chega a Turquia – 47 d.C. (Eurásia).
Paulo chega a Grécia – 51 d.C.
Paulo chega a Malta e Roma – 60 d.C.
José de Arimatéia chega a Glastonbury, Reino Unido – 63 d.C.
Judas Tadeu chega a Arménia – 66 d.C.
Primeiros cristãos na França – 80 d.C.
Primeiros cristãos em Mónaco – 100 d.C.
Evangelho chega a Portugal – 150 d.C.
Primeiros cristãos na Áustria – 174 d.C.
Primeiros cristãos na Suiça e Bélgica – 200 d.C.
Primeira igreja rural da Europa, no norte da Itália – 280 d.C.
Arménia aceita o cristianismo como religião oficial – 304 d.C.
Tradução do N.T. para a língua Arménia – 410 d.C.
Patrício na Irlanda – 432 d.C.
Primeiros cristãos em Liechtenstein – 450 d.C.
Primeiros cristãos em Andorra – 600 d.C.
Primeira igreja estabelecida na Holanda – 650 d.C.
Boniface começa seu trabalho evangelístico entre as tribos germânicas – 716 d.C.
Primeira igreja estabelecida na Eslováquia – 828 d.C.
Missionários chegam a Noruega – 900 d.C.
A Bíblia disponível em 22 línguas – 1200 d.C.
Século XII a Europa Ocidental estava praticamente toda cristianizada.
A Europa não está fechada, está resistente, mas continua aberta e propícia a pregação do Evangelho,no entanto o missionário brasileiro que deseja servir ao Senhor na Europa se depara com algumas realidades muito sérias:
Preconceito – O preconceito acontece primeiro em casa, pois na mentalidade da igreja brasileira, a Europa não é um campo missionário, mas sim um lugar de oportunidade de ganhar dinheiro, ter uma qualidade de vida melhor ou para ter acesso a uma educação mais elevada. Com isso, o candidato ao campo missionário na Europa, é muitas vezes visto como oportunista. O preconceito também se dá na chegada ao campo, onde ele é visto como mais um imigrante, interessado em se dar bem na vida. Este preconceito nos leva a ser preconceituoso não só aos missionários que hoje estão na Europa, mas também aos esforços missionários apostólicos.
Falta de Recursos – É mais fácil levantar sustento para ir a África, ou Ásia, mas quando o assunto é o campo europeu, então a coisa muda. A igreja brasileira nào contribui com o mesmo prazer a um missionário na Europa como contribui a um missionário na África. Além do preconceito em conseguir mantenedores para missões na Europa, ainda temos o desafio do alto custo de vida na Europa. Um casal de missionários sem filhos na Índia vive bem com mil dólares, já na Europa, o custo pode ser entre dois mil e quinhentos a quatro mil e quinhentos dólares.
Falta de Preparo – Nas Consultas Missionárias da Diáspora Evangélica Brasileira foram produzidos documentos onde se lê: “Que congregações, denominações e agências missionárias permaneçam na verificação vocacional, no preparo e envio do missionário antes que ele cruze as fronteiras, e viabilizem oportunidades para vocações, treinamento e envio de missionários a partir da diáspora.”
O preparo intelectual e espiritual do missionário interessado em ministrar na Europa é extremamente importante ao sucesso de sua missão.
Fatos
Área: 22,978,500 km, dos quais 74% pertencem a Federação Russa.População: 732,758,546
Europa tem 10,6% da população mundial
Religião
Cristãos: 71,34%Sem religião:21,45%
Muçulmano:6,07%
Budistas: 6,07%
Judeus: 0, 29%
Outros: 0,19%
Hindus: 0,14%
Étnico-religioso: 0.08%
Sikh: 0.07%
Baha’i: 0.01%
Chinêses: 0.01%
Cristãos
Católicos: 33,51%Ortodoxos: 24,14%
Protestantes: 9,11%
Anglicanos: 3,12%
Independentes: 0,75%
Marginais: 0.54%
A estatística nos dá uma idéia, não estigmatiza. Estatísticas retiradas de “Operation World, 7ªedição, 2010”, veja também www.operationworld.org
CONCLUSÃO
A influência da Europa no mundo deu-se não só onde os europeus chegaram, mas também naqueles que na Europa chegaram. David Bosh ressalta o impacto causado no encontro do cristianismo com o Ocidente: «Em um pequeno espaço de tempo a nova fé cristã – assim que entrou no mundo greco-romano – passou por uma significante transformação. Esta metamorfose foi, em escopo e caráter, mais profunda que qualquer outra na história do movimento… o que aconteceu foi que o cristianismo mudou de judaica para uma religião greco-romana.»
Esta Europa que se deixa transforma e que a tudo transforma está a nossa espera, ela se levanta no horizonte como um desafio tão importante nesta geração quanto a Janela 10/40. O Senhor da seara já nos ordenou a levantar os olhos e ver os campos brancos (Jo 4:35). O clamor da Europa de hoje não é só da Macedónia, mas de todos os seus quarenta e nove países e dez territórios com seus quase oitocentos milhões de habitantes. Que nossa resposta seja a semelhança do Apóstolo Paulo, imediata.
BIBLIOGRAFIA:
Bosch, David J. Transforming Mission. Orbis Books, Maryknoll, New York 10545, Estados Unidos da América.
Orem pela população europeia, além da Historia, saiba mais como estão sofrendo as almas na Europa, veja esse vídeo abaixo.
Que Deus Abençoe e honre sua fé em não dar as costas para essa realidade e ao menos orar e colaborar com a obra de Deus.
"IDE por TODO o MUNDO, pregai o evangelho a TODA CRIATURA."
Marcos 16:15
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